terça-feira, 19 de março de 2013

COMO [A] IGREJA PODE SER DIVINA E HUMANA AO MESMO TEMPO?



“A grande questão do conclave do Papa é a crise que a igreja atravessa, e essa não é apenas sobre as questões contemporâneas como aborto, homossexualismo e pedofilia dentro da instituição. Essas questões são fáceis de entender mais não explicam o principal. A renuncia de Bento XVI marcou uma nova era: a perda da infalibilidade, a humanização do papado, trincou-se a imagem da igreja como algo acima da vida humana imperfeita da nossa vida comum de pecados e erros. O que levou Bento XVI a renúncia foi a constatação de que dentro da cúria e em Dioceses pelo mundo existem os mesmos problemas bancários jurídicos, lutas políticas nem sempre limpas, doenças típicas de governos seculares. Apareceu o vaticano Estado, país com problemas parecidos com o da Itália, ou do Brasil. Não são problemas de fé, mas, problemas ateus: O banco do Vaticanos; somas imensas desviadas; lavagem de dinheiro; violentas batalhas pelo poder. A dúvida e o desafio são: como combater questões tão sujas e manter a aura de mistérios de beleza? Como manter a embaixada de Deus na terra? Como defender a fé, o prestígio místico, enquanto os escândalos aparecem? Ficou claro que a igreja tenta manter vivo o sonho de uma perfeição eterna no mundo atual, que é um mundo movente e mutante. O mundo contemporâneo exige transparência e participação da sociedade. O tempo atual desmistifica os mistérios. Como é que a igreja pode fazer faxinas e investigações sem conspurcar a sua santidade? Como ser divina e humana ao mesmo tempo?”
(Arnaldo Jabor)
(Comentário publicado na rádio CBN em quarta feira, 13/03/2013)
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/2013/03/13/COMO-IGREJA-PODE-SER-DIVINA-E-HUMANA-AO-MESMO-TEMPO.htm

sábado, 16 de março de 2013

A FILOSOFIA MORTA


Os filósofos que já morreram estão mais vivo do que a filosofia do presente. Os pensadores do passado só foram reconhecidos como grandes pensa dores porque pensaram, dentre outros, os problemas e questões dos seus contextos. A filosofia e os pensadores de hoje, mergulhados na história da filosofia e, portanto, no passado, esquecem e não discutem os acontecimentos atuais. Quando o fazem é apenas de passagem. Essa filosofia academicista serve apenas para aumentar nosso conhecimento em termos de história. Até o senso comum serve para a nossa vida prática mais do que essas filosofias baratas que estão por ai. Os filósofos do passado pensaram e por isso foram verdadeiros filósofos, já os de hoje apenas repensam o já pensado, mas não sabem pensar o novo, é por isso não são filósofos, mas, apenas conhecedores da história. Argumentam tanto contra a fragmentação do conhecimento, mas eles mesmos só sabem pensar de forma fragmentada juntando pedaços de pensamentos como se estivesse construindo um mosaico. Muitas vezes não sabem fazer o link entre aquilo que são especializados (ética, política, mente, linguagem etc.) e a realidade que vivem. No mundo da vida em que se tece a existência presente, todos os outros ramos do saber pensam, menos a filosofia.

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